sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Introdução ao blog e seu conteúdo

     Aqui no blog "África além da imaginação" falaremos sobre o continente africano a partir de um diferente ponto de vista, diferentemente da visão que muitos possuem sobre esse continente. Sendo assim, não falaremos de seus problemas, que tanto são apontados em jornais, revistas,noticiários e outros meios de comunicação por todo o globo, sendo muitas vezes apontado pelas grandes potências mundiais. 
    O blog tem como diretriz falar sobre o continente africano de uma forma bela, mostrando sua riqueza cultural e diversidades, contando um pouco sobre sua história e formação, comidas típicas, cultura, vestuário e outros aspectos do "berço da humanidade".
   Começaremos a explicar todos os detalhes nas próximas postagens. Até lá, nós da equipe, agradecemos pela visita. Volte aqui para ficar por dentro de todos os detalhes.

                                                                                                                                       Até,


equipe do AADI. 

Migração para o continente africano, comércio e nascimento de centros comerciais

    Após a queda do Império Romano, a região onde esse império se encontrava foi sendo tomada pelos povos germânicos, que foram também para a Península Ibérica e posteriormente para o norte da África.
    Os vândalos foram um dos povos que migraram para o norte da África e estes promoveram relações de comércio com o sul do continente, Europa e Ásia. Os vândalos, por serem comerciantes ambulantes, ficaram conhecidos na região como berberes, palavra derivada de "bárbaro", tendo no passado significado de algo ou alguém que pertencesse a outra raça ou civilização, que falasse outra língua que não latim ou grego. 

(rotas das migrações dos povos germânicos)

    No final do século VII houve a unificação de reinos importantes na região da Núbia, como por exemplo Nobatia e Maqurra, o que acarretou no fortalecimento das transações comerciais com os berberes. Pelo fato de serem ambulantes, tinham tido contato com o Islã por conta do avanço dos árabes na área militar  e que passaram a exercer uma grande influência na região norte da África, sobretudo o Egito. Os povos islamizados ficaram conhecidos como sudaneses, se referindo aos habitantes do norte e noroeste, na região do Sahel.
    Posteriormente, uma maior comunicação entre essas duas regiões foi aberta: uma faixa logo abaixo do deserto do Saara, região marcada por estepes e savanas, que cortava o continentes desde o litoral banhado pelo mar Atlântico ao oeste, até a costa do Mar Vermelho e porção do Oceano Índico, ao leste. 

    O contato foi lenta e gradualmente, o provocou o estabelecimento de pactos comerciais que transformou a Núbia em uma região fornecedora de escravos em grande quantidade e metais preciosos. A África sempre despertou interesse em povos que desejavam estabelecer contatos mercantis com outros indivíduos. Desse modo, os pactos feitos com os árabes atenderam aos desejos dos africanos da Núbia, que era exatamente aumentar as rotas comerciais para outras regiões africanas e até mesmo para a Europa e Ásia. 
Por conta do contato com diversas localidades e consequentemente diferentes culturas, houve uma expansão da cultura e da religiosidade islâmica sobre o povo núbio. A cultura e valores adquiridos foram sendo misturados com a cultura da região. 
    No século VI a Núbia entrou em contato com o cristianismo, através dos missionários europeus que construíram templos e mosteiros na região central do continente. No século VII teve contato com o islamismo. Essa religião conquistou o leste, oeste e sul a partir da fronteira do Egito e Núbia. No fim do século X, a conversão do islamismo era maior do que o cristianismo, assim como as religiões locais.
     O resultado dessa expansão e associação de africanos e árabes, resultou no aparecimento de reinos e impérios que conseguiram desenvolver importantes centros comerciais, como as cidades mercantis de Djenné, Timbuctu e Gao. Estas cidades existem até os dias atuais e se encontram no atual Mali, e que também foi um dos importantes impérios do período. 

                                             (as cidades mercantis na região de Mali)

    Contudo, a história do continente africano não passou a existir após a chegada dos europeus neste. Os primeiros habitantes que não deixaram o continente, viveram milênios isolados pelo mar, deserto e conseguiram  alcançar um avanço em sua sociedade tanto quanto o Egito.
    Isolado em termos geográficos, porque mantinham uma forte conexão comercial. Peles de animais, marfim e ferro são exemplos de mercadorias.
    As instituições das políticas africanas indígenas giravam em torno das famílias.

Povos africanos



 É comum quando se pensa em civilizações africanas logo pensarmos nos egípcios. Suas pirâmides, deuses e escrita por meio de hieróglifos são mundialmente famosos e servem de inspiração até hoje em decoração, objetos, danças, pinturas, músicas e até maquiagem. Porém, os egípcios não foram os únicos a fazerem grandes mudanças no continente africano. Abaixo, seguem os outros povos.

Berberes: povo nômade que vivia na região do deserto do Saara. Enfrentavam a escassez de água e tempestades de areia características da região. Praticavam o comércio de objetos de ouro e cobre, sal, temperos, artesanato, pedras preciosas, plumas, vidro, entre outros. Descansavam em oásis. O meio de transporte eram os camelos, por conta de sua resistência no ambiente árido. Por conta da atividade comercial, tinham contato com diferentes culturas, valores e informações. Portanto, tiveram grande papel na troca de informação cultural na região norte do continente.



Bantos: habitava a região noroeste da África, onde atualmente correspondem aos países Nigéria, Mauritânia, Mali e Camarões. Eram agricultores, e viviam também da caça e da pesca.Tinham grande vantagem na conquista de povos vizinhos por causa de seu conhecimento em metalurgia. Formaram o reino do Congo. Viviam em aldeias comandadas por um chefe. O rei banto, ou manicongo, cobrava impostos de todas as tribos que formavam seus reinos na forma de mercadorias e alimentos. O manicongo usava parte desses impostos para manter um exército particular e funcionários reais. O povo acreditava que ele possuía poderes sagrados e que influenciava em suas vidas, como em guerras e saúde.



Soninkés e Império de Gana: habitavam a região sul do deserto do Saara. Eram organizados em tribos e formavam um grande império, onde eram comandados por reis conhecidos como caia-manga.
Viviam da pesca, criação de animais e agricultura. Possuíam grandes reservas de ouro, e com a extração, o trocavam por outros produtos com os berberes. A região de Gana então se tornou uma área de comércio intenso. Os habitantes pagavam impostos para a nobreza, formada pelo caia-manga, seus parentes e amigos. A proteção das terras era feita por um exército poderoso, assim como também do comércio praticado na região. Além dos impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e lavradores, que deveriam trabalhar nas terras dos nobres.





Curiosidades sobre o continente africano

 O continente é bastante conhecido por sua história e seus costumes, mas poucos sabem sobre suas curiosidades. Segue abaixo algumas:

  • Existe uma grande fenda geológica na África que pode, num futuro distante, separar o nordeste da África do restante do continente. Chamada de Vale do Rift, a fenda é um complexo de falhas criados há cerca de 35 milhões de anos com a separação das placas tectônicas africana e arábica.
  • O segundo maior rio do mundo é o Nilo, com aproximadamente 7.088 quilômetros de extensão. O Nilo corta 10 países da África (Uganda, Tanzânia, Ruanda, Quênia, República Democrática do Congo, Burundi, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia e Egito), vindo a desaguar no mar do Mediterrâneo. 
  • O maior deserto do mundo é o deserto do Saara, no norte da África, cuja ária total é de  aproximadamente 9.065.000 quilômetros quadrados, tamanho equiparado ao da Europa.
  • Outro deserto bastante conhecido é o Deserto do Kalahari, no Sul do continente, O Kalahari cobre partes da África do Sul, Namíbia e, principalmente, Botswana. O seu nome deriva da palavra Kgalagadi, que significa "a grande sede".
  • A mais alta montanha da África é o Monte Kilimanjaro, na fronteira entre o Quênia e a Tanzânia, com quase 5.895 metros de altitude.
  • Acredite, mas a universidade mais antiga do mundo não é nenhuma universidade europeia. A mais antiga é a Karueein, no Marrocos, fundada em 859.
  • A Costa do Marfim (Côte d'Ivoire, em francês) recebeu esse nome devido ao intenso comércio de marfim na região. Atualmente, a base da economia local é o cacau e não o marfim como muita gente ainda imagina. 
  • O primeiro Estado africano foi o Egito, formado há mais de 5.000 anos atrás.
  • Os africanos falam em torno de mil línguas. Entre as línguas oficiais mais faladas estão o árabe, o inglês, o francês, o português e o swahili. 
  • A maioria dos habitantes do continente segue o cristianismo, o islamismo e as religiões  tradicionais africanas. A porcentagem de cristãos é maior no sul e de islamistas no norte. Existem ainda adeptos do budismo, hinduísmo e outras religiões, como a fé baha'i. 





A culinária

  Neste novo módulo de nosso blog iremos falar sobre as comidas típicas africanas. Muitos colonizadores passavam pela África devido às rotas marítimas que ligavam o Oriente ao Ocidente. Sendo assim, a comida típica recebeu influência de diversas partes do mundo, misturando os alimentos já inseridos nos costumes do continente. Sua cultura e culinária se tornaram uma fonte de ingredientes para diversos países do mundo. Os próprios africanos enriqueciam cada vez mais a culinária na região. Por exemplo, quando alguns escravos sul-africanos retornavam da Inglaterra, ensinavam para seus conterrâneos o que aprenderam. Assim como os africanos que viviam no oriente no período medieval. Existem também pratos exóticos como o grilo frito.
     Normalmente, a maioria dos trabalhos relacionados à alimentação na África, são obrigações das mulheres. Desde a "plantação" ou "shambas" (como são chamados os campos de plantio), passando pela capina, plantio e colheita, até as atividades que incluem cozinhar e servir alimentos
Comida típica do africano:


Legumes:
  • Batata doce
  • Quiabo
  • Melancia
  • Mandioca
  • Amendoins
  • Repolho
  • Amendoins
Carnes:
  • Frango
  • Carne de porco
  • Bife
  • Variedade de peixes locais
Plantas:
  • Alho
  • Pimenta Melegueta - "West África" (substituto de cardamomo)
  • Cravos-da-índia
  • Pimenta Preta
  • Cardamomo
  • Noz-Moscada
  • Curcuma
  • Arroz Mix
  • Caril em pó
Outras comidas típicas:
  • Limão
  • Arroz

Alguns pratos:
IAB - Queijo Etíope 





Frango com Azeitonas 





Carne Seca 




Babotie (parecido com lasanha)





Umnqgusho (Flocos de milho secos)




A seguir,um vídeo sobre a comida africana (retirado de: link)




Religião da África

  Na África há vários tipos de manifestações, rituais e práticas religiosas, e também possui grande influência das crenças dos antepassados que ali viveram.
    Na África a religião está espalhada em muçulmanos, cristãos, religiões tradicionais africanas, além dos seguidores das igrejas independentes.
    Nesse continente há diversas práticas diferentes entre as tribos, como a cultura, música e a comida.
Na África do Norte as religiões que predominam são o cristianismo e o islamismo, e na África do Sul estão as religiões tradicionais.
    A religião tradicional é composta por algo real ou material e pelo invisível ou espiritual. Esta religião tem como sinônimo no Brasil o candomblé, que equivale no culto aos Orixás, que são considerados deuses, tais como:


  • Oxalá-Pai de todos os Orixás;
  • Exu-Senhor dos Caminhos
  • Ogum-Orixá Guerreiro
  • Nanã-Mãe de Obaluaiê e Oxumaré, protetora dos doentes;
  • Iemanjá-Considerada por muitos como rainha dos mares e mãe de todos os Orixás ao lado de Oxalá, representa harmonia na família;
  • Obaluaiê-(Omolu,em sua forma velha). Conhece a cura de todos os males, por ser o deus das Pestes;
  • Iansã-Senhora das tempestades, dos raios e dos ventos. Orixá guerreira;
  • Oxum-Rainha do ouro, do amor e de todas as águas doces;
  • Xangô-Orixá da Justiça

Candomblé e Umbanda no Brasil

 O Candomblé chegou ao Brasil entre os séculos XVI e XIX através do tráfico de escravos negros da África. Sofreram grandes punições dos colonizadores portugueses, que consideravam o candomblé como feitiçaria. Para sobreviver às perseguições, os escravos passaram a associar os orixás aos santos católicos. Eles manifestavam espíritos não só de familiares, mas outros, que faziam atendimento e davam orientação, força e coragem à eles para viver aquela vida tão sofrida. E isso era mantido nas senzalas durante as danças e festas que os senhores de engenho permitiam. Eles permitiam pois começaram a notar que os escravos trabalhavam com mais entusiasmo depois dessas festas e danças. Nessas festas manifestavam os espíritos de escravos mais velhos, conhecidos como pretos-velhos, espíritos mais velhos que sofreram, lutaram e fizeram de tudo para se manterem vivos diante da vida sofrida que tiveram.
    Nesta religião afro-brasileira são feitas homenagens aos antepassados com festas, comidas e os objetos que os representam. 
    Para a representação das divindades, da energia em movimento nos terreiros, são feitas danças circulares, as divindades homenageadas são representadas com roupas, acessórios, e símbolos de sua época.
    O candomblé e umbanda não são iguais. No candomblé, não há incorporação de espíritos, os orixás que são incorporados são divindades da natureza. Na umbanda, as incorporações são feitas através de espíritos encarnados ou desencarnados em médiuns trabalhadores.






Resultado de imagem para candomblé rituais

Terreiro e rituais do candomblé



Segue abaixo, os links das festas do candomblé:



Crianças no candomblé
    A Umbanda é uma das religiões mais praticadas no Brasil, tem mais densidade na Bahia e no Rio de Janeiro, e a umbanda brasileira começou a ser formada por volta de 1530, com a mistura da religião trazida pelos negros da África, na época da escravidão, O primeiro terreiro foi fundando em 1908 por Zélio Fernandino de Moraes.
 A umbanda incorpora deuses africanos como caboclos, pretos velhos, erês, boiadeiros, espíritos das águas, eguns, exus, e outras entidades desencarnadas na Terra, ligando geralmente as religiões católica e espírita. O chefe da casa é conhecido como Pai de Santo e seu filiados são os filhos ou filhas de santo.
    O culto umbandista é realizado em templos, terreiros ou Centros apropriados para o encontro dos praticantes onde cantam, tocam tambor, rezam.
    Muitas pessoas frequentam o Centro Umbandista para tomar passes, buscar conselhos aos pretos-velhos ( espíritos de luz ), ou cura.
   Frequentar um centro espirita, não é fácil, exige responsabilidade, e principalmente a fé. O espiritismo ajuda as pessoas a evoluírem espiritualmente, a amadurecer, faz com que enxerguemos as coisas diferentes, de outro modo, a lidarmos com as coisas de um jeito diferente, mas tudo isso só "funciona" se você acreditar nessa religião e tiver fé, sendo ela de grande importância.
     Um centro conhecido em Macaé - RJ, é o Xangô Menino, fundado em 27 de setembro de 1966. Lá antes dos trabalhos com pretos-velhos, há uma "missa" onde o pai de santo reza tanto com os filhos de santo, quanto com os frequentadores da casa, e há cantorias. No final da missa ( pode-se dizer ), há a cantoria para chamarmos os pretos-velhos e assim para começar os trabalhos. Os pretos velhos dão de 6 à 8 consultas por pessoa, e nelas, a pessoa é rezada, toma passes, e conversa com o preto velho, pede algum conselho, alguma ajuda.
     Há também, as festas no terreiro, como as de Erês ( criança do céu ), Exu, pretos velhos. Nessas, as pessoas se caracterizam conforme é seu orixá.





Terreiro Xangô Menino






    O terreiro é a parte que tem o chão de madeira, onde é preciso tirar os calçados para entrar, e onde acontecem os trabalhos também. Como pode-se ver, há uma grade na foto. Do ponto onde ela se encontra para trás, é o local onde os frequentadores da Casa permanecem, e o terreiro é o local para os filhos de santo.


Segue abaixo, o link dos videos das festas de umbanda: