sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Introdução ao blog e seu conteúdo

     Aqui no blog "África além da imaginação" falaremos sobre o continente africano a partir de um diferente ponto de vista, diferentemente da visão que muitos possuem sobre esse continente. Sendo assim, não falaremos de seus problemas, que tanto são apontados em jornais, revistas,noticiários e outros meios de comunicação por todo o globo, sendo muitas vezes apontado pelas grandes potências mundiais. 
    O blog tem como diretriz falar sobre o continente africano de uma forma bela, mostrando sua riqueza cultural e diversidades, contando um pouco sobre sua história e formação, comidas típicas, cultura, vestuário e outros aspectos do "berço da humanidade".
   Começaremos a explicar todos os detalhes nas próximas postagens. Até lá, nós da equipe, agradecemos pela visita. Volte aqui para ficar por dentro de todos os detalhes.

                                                                                                                                       Até,


equipe do AADI. 

Migração para o continente africano, comércio e nascimento de centros comerciais

    Após a queda do Império Romano, a região onde esse império se encontrava foi sendo tomada pelos povos germânicos, que foram também para a Península Ibérica e posteriormente para o norte da África.
    Os vândalos foram um dos povos que migraram para o norte da África e estes promoveram relações de comércio com o sul do continente, Europa e Ásia. Os vândalos, por serem comerciantes ambulantes, ficaram conhecidos na região como berberes, palavra derivada de "bárbaro", tendo no passado significado de algo ou alguém que pertencesse a outra raça ou civilização, que falasse outra língua que não latim ou grego. 

(rotas das migrações dos povos germânicos)

    No final do século VII houve a unificação de reinos importantes na região da Núbia, como por exemplo Nobatia e Maqurra, o que acarretou no fortalecimento das transações comerciais com os berberes. Pelo fato de serem ambulantes, tinham tido contato com o Islã por conta do avanço dos árabes na área militar  e que passaram a exercer uma grande influência na região norte da África, sobretudo o Egito. Os povos islamizados ficaram conhecidos como sudaneses, se referindo aos habitantes do norte e noroeste, na região do Sahel.
    Posteriormente, uma maior comunicação entre essas duas regiões foi aberta: uma faixa logo abaixo do deserto do Saara, região marcada por estepes e savanas, que cortava o continentes desde o litoral banhado pelo mar Atlântico ao oeste, até a costa do Mar Vermelho e porção do Oceano Índico, ao leste. 

    O contato foi lenta e gradualmente, o provocou o estabelecimento de pactos comerciais que transformou a Núbia em uma região fornecedora de escravos em grande quantidade e metais preciosos. A África sempre despertou interesse em povos que desejavam estabelecer contatos mercantis com outros indivíduos. Desse modo, os pactos feitos com os árabes atenderam aos desejos dos africanos da Núbia, que era exatamente aumentar as rotas comerciais para outras regiões africanas e até mesmo para a Europa e Ásia. 
Por conta do contato com diversas localidades e consequentemente diferentes culturas, houve uma expansão da cultura e da religiosidade islâmica sobre o povo núbio. A cultura e valores adquiridos foram sendo misturados com a cultura da região. 
    No século VI a Núbia entrou em contato com o cristianismo, através dos missionários europeus que construíram templos e mosteiros na região central do continente. No século VII teve contato com o islamismo. Essa religião conquistou o leste, oeste e sul a partir da fronteira do Egito e Núbia. No fim do século X, a conversão do islamismo era maior do que o cristianismo, assim como as religiões locais.
     O resultado dessa expansão e associação de africanos e árabes, resultou no aparecimento de reinos e impérios que conseguiram desenvolver importantes centros comerciais, como as cidades mercantis de Djenné, Timbuctu e Gao. Estas cidades existem até os dias atuais e se encontram no atual Mali, e que também foi um dos importantes impérios do período. 

                                             (as cidades mercantis na região de Mali)

    Contudo, a história do continente africano não passou a existir após a chegada dos europeus neste. Os primeiros habitantes que não deixaram o continente, viveram milênios isolados pelo mar, deserto e conseguiram  alcançar um avanço em sua sociedade tanto quanto o Egito.
    Isolado em termos geográficos, porque mantinham uma forte conexão comercial. Peles de animais, marfim e ferro são exemplos de mercadorias.
    As instituições das políticas africanas indígenas giravam em torno das famílias.

Povos africanos



 É comum quando se pensa em civilizações africanas logo pensarmos nos egípcios. Suas pirâmides, deuses e escrita por meio de hieróglifos são mundialmente famosos e servem de inspiração até hoje em decoração, objetos, danças, pinturas, músicas e até maquiagem. Porém, os egípcios não foram os únicos a fazerem grandes mudanças no continente africano. Abaixo, seguem os outros povos.

Berberes: povo nômade que vivia na região do deserto do Saara. Enfrentavam a escassez de água e tempestades de areia características da região. Praticavam o comércio de objetos de ouro e cobre, sal, temperos, artesanato, pedras preciosas, plumas, vidro, entre outros. Descansavam em oásis. O meio de transporte eram os camelos, por conta de sua resistência no ambiente árido. Por conta da atividade comercial, tinham contato com diferentes culturas, valores e informações. Portanto, tiveram grande papel na troca de informação cultural na região norte do continente.



Bantos: habitava a região noroeste da África, onde atualmente correspondem aos países Nigéria, Mauritânia, Mali e Camarões. Eram agricultores, e viviam também da caça e da pesca.Tinham grande vantagem na conquista de povos vizinhos por causa de seu conhecimento em metalurgia. Formaram o reino do Congo. Viviam em aldeias comandadas por um chefe. O rei banto, ou manicongo, cobrava impostos de todas as tribos que formavam seus reinos na forma de mercadorias e alimentos. O manicongo usava parte desses impostos para manter um exército particular e funcionários reais. O povo acreditava que ele possuía poderes sagrados e que influenciava em suas vidas, como em guerras e saúde.



Soninkés e Império de Gana: habitavam a região sul do deserto do Saara. Eram organizados em tribos e formavam um grande império, onde eram comandados por reis conhecidos como caia-manga.
Viviam da pesca, criação de animais e agricultura. Possuíam grandes reservas de ouro, e com a extração, o trocavam por outros produtos com os berberes. A região de Gana então se tornou uma área de comércio intenso. Os habitantes pagavam impostos para a nobreza, formada pelo caia-manga, seus parentes e amigos. A proteção das terras era feita por um exército poderoso, assim como também do comércio praticado na região. Além dos impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e lavradores, que deveriam trabalhar nas terras dos nobres.





Curiosidades sobre o continente africano

 O continente é bastante conhecido por sua história e seus costumes, mas poucos sabem sobre suas curiosidades. Segue abaixo algumas:

  • Existe uma grande fenda geológica na África que pode, num futuro distante, separar o nordeste da África do restante do continente. Chamada de Vale do Rift, a fenda é um complexo de falhas criados há cerca de 35 milhões de anos com a separação das placas tectônicas africana e arábica.
  • O segundo maior rio do mundo é o Nilo, com aproximadamente 7.088 quilômetros de extensão. O Nilo corta 10 países da África (Uganda, Tanzânia, Ruanda, Quênia, República Democrática do Congo, Burundi, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia e Egito), vindo a desaguar no mar do Mediterrâneo. 
  • O maior deserto do mundo é o deserto do Saara, no norte da África, cuja ária total é de  aproximadamente 9.065.000 quilômetros quadrados, tamanho equiparado ao da Europa.
  • Outro deserto bastante conhecido é o Deserto do Kalahari, no Sul do continente, O Kalahari cobre partes da África do Sul, Namíbia e, principalmente, Botswana. O seu nome deriva da palavra Kgalagadi, que significa "a grande sede".
  • A mais alta montanha da África é o Monte Kilimanjaro, na fronteira entre o Quênia e a Tanzânia, com quase 5.895 metros de altitude.
  • Acredite, mas a universidade mais antiga do mundo não é nenhuma universidade europeia. A mais antiga é a Karueein, no Marrocos, fundada em 859.
  • A Costa do Marfim (Côte d'Ivoire, em francês) recebeu esse nome devido ao intenso comércio de marfim na região. Atualmente, a base da economia local é o cacau e não o marfim como muita gente ainda imagina. 
  • O primeiro Estado africano foi o Egito, formado há mais de 5.000 anos atrás.
  • Os africanos falam em torno de mil línguas. Entre as línguas oficiais mais faladas estão o árabe, o inglês, o francês, o português e o swahili. 
  • A maioria dos habitantes do continente segue o cristianismo, o islamismo e as religiões  tradicionais africanas. A porcentagem de cristãos é maior no sul e de islamistas no norte. Existem ainda adeptos do budismo, hinduísmo e outras religiões, como a fé baha'i. 





A culinária

  Neste novo módulo de nosso blog iremos falar sobre as comidas típicas africanas. Muitos colonizadores passavam pela África devido às rotas marítimas que ligavam o Oriente ao Ocidente. Sendo assim, a comida típica recebeu influência de diversas partes do mundo, misturando os alimentos já inseridos nos costumes do continente. Sua cultura e culinária se tornaram uma fonte de ingredientes para diversos países do mundo. Os próprios africanos enriqueciam cada vez mais a culinária na região. Por exemplo, quando alguns escravos sul-africanos retornavam da Inglaterra, ensinavam para seus conterrâneos o que aprenderam. Assim como os africanos que viviam no oriente no período medieval. Existem também pratos exóticos como o grilo frito.
     Normalmente, a maioria dos trabalhos relacionados à alimentação na África, são obrigações das mulheres. Desde a "plantação" ou "shambas" (como são chamados os campos de plantio), passando pela capina, plantio e colheita, até as atividades que incluem cozinhar e servir alimentos
Comida típica do africano:


Legumes:
  • Batata doce
  • Quiabo
  • Melancia
  • Mandioca
  • Amendoins
  • Repolho
  • Amendoins
Carnes:
  • Frango
  • Carne de porco
  • Bife
  • Variedade de peixes locais
Plantas:
  • Alho
  • Pimenta Melegueta - "West África" (substituto de cardamomo)
  • Cravos-da-índia
  • Pimenta Preta
  • Cardamomo
  • Noz-Moscada
  • Curcuma
  • Arroz Mix
  • Caril em pó
Outras comidas típicas:
  • Limão
  • Arroz

Alguns pratos:
IAB - Queijo Etíope 





Frango com Azeitonas 





Carne Seca 




Babotie (parecido com lasanha)





Umnqgusho (Flocos de milho secos)




A seguir,um vídeo sobre a comida africana (retirado de: link)




Religião da África

  Na África há vários tipos de manifestações, rituais e práticas religiosas, e também possui grande influência das crenças dos antepassados que ali viveram.
    Na África a religião está espalhada em muçulmanos, cristãos, religiões tradicionais africanas, além dos seguidores das igrejas independentes.
    Nesse continente há diversas práticas diferentes entre as tribos, como a cultura, música e a comida.
Na África do Norte as religiões que predominam são o cristianismo e o islamismo, e na África do Sul estão as religiões tradicionais.
    A religião tradicional é composta por algo real ou material e pelo invisível ou espiritual. Esta religião tem como sinônimo no Brasil o candomblé, que equivale no culto aos Orixás, que são considerados deuses, tais como:


  • Oxalá-Pai de todos os Orixás;
  • Exu-Senhor dos Caminhos
  • Ogum-Orixá Guerreiro
  • Nanã-Mãe de Obaluaiê e Oxumaré, protetora dos doentes;
  • Iemanjá-Considerada por muitos como rainha dos mares e mãe de todos os Orixás ao lado de Oxalá, representa harmonia na família;
  • Obaluaiê-(Omolu,em sua forma velha). Conhece a cura de todos os males, por ser o deus das Pestes;
  • Iansã-Senhora das tempestades, dos raios e dos ventos. Orixá guerreira;
  • Oxum-Rainha do ouro, do amor e de todas as águas doces;
  • Xangô-Orixá da Justiça

Candomblé e Umbanda no Brasil

 O Candomblé chegou ao Brasil entre os séculos XVI e XIX através do tráfico de escravos negros da África. Sofreram grandes punições dos colonizadores portugueses, que consideravam o candomblé como feitiçaria. Para sobreviver às perseguições, os escravos passaram a associar os orixás aos santos católicos. Eles manifestavam espíritos não só de familiares, mas outros, que faziam atendimento e davam orientação, força e coragem à eles para viver aquela vida tão sofrida. E isso era mantido nas senzalas durante as danças e festas que os senhores de engenho permitiam. Eles permitiam pois começaram a notar que os escravos trabalhavam com mais entusiasmo depois dessas festas e danças. Nessas festas manifestavam os espíritos de escravos mais velhos, conhecidos como pretos-velhos, espíritos mais velhos que sofreram, lutaram e fizeram de tudo para se manterem vivos diante da vida sofrida que tiveram.
    Nesta religião afro-brasileira são feitas homenagens aos antepassados com festas, comidas e os objetos que os representam. 
    Para a representação das divindades, da energia em movimento nos terreiros, são feitas danças circulares, as divindades homenageadas são representadas com roupas, acessórios, e símbolos de sua época.
    O candomblé e umbanda não são iguais. No candomblé, não há incorporação de espíritos, os orixás que são incorporados são divindades da natureza. Na umbanda, as incorporações são feitas através de espíritos encarnados ou desencarnados em médiuns trabalhadores.






Resultado de imagem para candomblé rituais

Terreiro e rituais do candomblé



Segue abaixo, os links das festas do candomblé:



Crianças no candomblé
    A Umbanda é uma das religiões mais praticadas no Brasil, tem mais densidade na Bahia e no Rio de Janeiro, e a umbanda brasileira começou a ser formada por volta de 1530, com a mistura da religião trazida pelos negros da África, na época da escravidão, O primeiro terreiro foi fundando em 1908 por Zélio Fernandino de Moraes.
 A umbanda incorpora deuses africanos como caboclos, pretos velhos, erês, boiadeiros, espíritos das águas, eguns, exus, e outras entidades desencarnadas na Terra, ligando geralmente as religiões católica e espírita. O chefe da casa é conhecido como Pai de Santo e seu filiados são os filhos ou filhas de santo.
    O culto umbandista é realizado em templos, terreiros ou Centros apropriados para o encontro dos praticantes onde cantam, tocam tambor, rezam.
    Muitas pessoas frequentam o Centro Umbandista para tomar passes, buscar conselhos aos pretos-velhos ( espíritos de luz ), ou cura.
   Frequentar um centro espirita, não é fácil, exige responsabilidade, e principalmente a fé. O espiritismo ajuda as pessoas a evoluírem espiritualmente, a amadurecer, faz com que enxerguemos as coisas diferentes, de outro modo, a lidarmos com as coisas de um jeito diferente, mas tudo isso só "funciona" se você acreditar nessa religião e tiver fé, sendo ela de grande importância.
     Um centro conhecido em Macaé - RJ, é o Xangô Menino, fundado em 27 de setembro de 1966. Lá antes dos trabalhos com pretos-velhos, há uma "missa" onde o pai de santo reza tanto com os filhos de santo, quanto com os frequentadores da casa, e há cantorias. No final da missa ( pode-se dizer ), há a cantoria para chamarmos os pretos-velhos e assim para começar os trabalhos. Os pretos velhos dão de 6 à 8 consultas por pessoa, e nelas, a pessoa é rezada, toma passes, e conversa com o preto velho, pede algum conselho, alguma ajuda.
     Há também, as festas no terreiro, como as de Erês ( criança do céu ), Exu, pretos velhos. Nessas, as pessoas se caracterizam conforme é seu orixá.





Terreiro Xangô Menino






    O terreiro é a parte que tem o chão de madeira, onde é preciso tirar os calçados para entrar, e onde acontecem os trabalhos também. Como pode-se ver, há uma grade na foto. Do ponto onde ela se encontra para trás, é o local onde os frequentadores da Casa permanecem, e o terreiro é o local para os filhos de santo.


Segue abaixo, o link dos videos das festas de umbanda:






Vestuário africano

   A África possui uma cultura de muita beleza quando se trata de vestimenta. Os africanos fazem sua própria cultura e moda, combinando sempre o penteado a roupa, dependendo do clima. Se a região é quente, os tons do vestuário acompanham o clima com as cores fortes e vibrantes estampadas na grande diversidade de padronagem de tecidos misturadas à beleza natural da terra e do povo africano.




    Por conta de nossa diferença cultural, a maneira deles se vestirem parecem estranhas vista por nós, mas tem uma beleza natural e uma criatividade que fazem deles únicos e dão a características específicas que possuem, os tornando singulares. Os povos do continente africano costumam usar trajes, pinturas corporais, tecidos e adornos, conforme as identidades de cada grupo.








     Na África as mulheres se vestem em grande parte, em panos ou cangas que enrolam no corpo como vestidos, cangas e capulanas. 


(capulanas)

Câmera online ao vivo na África

   Câmeras por todo o globo estão disponíveis online caso alguém queira saber o que está acontecendo e como são os lugares por todo o planeta. Dessa forma, não seria diferente com o continente africano. Abaixo, segue um link para uma câmera online ao vivo 24 horas por dia de um safári, o Nkorho Pan:

Nkorho Pan

Câmera online 2

Nesta segunda câmera é possível observar paisagens naturais na Província Central do Quênia :

Província Central


Câmera online 3

Segue abaixo um link para observação online do safári Idube, localizado na região central da África do Sul:
Idube

Conto popular da Guiné-Bissau

O macaquinho de nariz branco 

    Dizem na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita pelo macaquinho de nariz branco. Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz branco resolveram fazer uma viagem à Lua a fim de trazê-la para a Terra. Após tanto subir, sem nenhum sucesso, um deles, dizem que o menor, teve a ideia de subirem uns por cima dos outros, até que um deles conseguiu chegar à Lua. Porém, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram, menos o menor, que ficou pendurado na Lua. Esta lhe deu a mão e o ajudou a subir. A Lua gostou tanto dele que lhe ofereceu, como regalo, um tambor. O macaquinho foi ficando por lá, até que começou a sentir saudades de casa e resolveu pedir à Lua que o deixasse voltar. A Lua o amarrou ao tambor para descê-lo pela corda, pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e, assim que chegasse, tocasse bem forte para que ela cortasse o fio. O macaquinho foi descendo feliz da vida, mas na metade do caminho, não resistiu e tocou o tambor. Ao ouvir o som do tambor a Lua pensou que o macaquinho gouvesse chegado à Terra e cortou a corda. O macaquinho caiu e, antes de morrer, ainda pode dizer a uma moça que o encontrou, que aquilo que ele tinha era um tambor, que deveria ser entregue aos homens do seu país. A moça  foi logo contar a todos sobre o ocorrido. Vieram pessoas de todo o país e, naquela terra africana, ouviam-se os primeiros sons de tambor. 






Lenda retirada do site: Site



Lenda africana

"De quando o leão sabia voar" 


    O leão, segundo se conta, tinha a capacidade de voar, e naquele tempo nada escapava dele. Como ele não queria que os ossos de suas presas fossem quebrados em pedaços, ele fez com que um par de corvos brancos vigiasse os ossos, deixando-os para trás no seu covil, enquanto ele ia para a caça.
   Mas um dia Sapo Grande foi até lá, e quebrou todos os ossos em pedaços, e disse: “Por que os homens e animais não podem viver muito?” E acrescentou estas palavras: “Quando ele vier, diga a ele que eu vivo naquele lago, se ele quiser me ver, ele deve vir aí.” O Leão, estava caçando na floresta, e quis voar, mas ele descobriu que não podia voar. Então ele ficou com raiva, pensando que alguma coisa no covil estava errado, e voltou para casa. Quando ele chegou, ele perguntou: “O que você fez que eu não voasse?” Então, respondendo, os corvos disse: “Alguém veio aqui, quebrou os ossos em pedaços, e disse: “Se ele me quiser, ele pode procurar por min naquele lago lá longe!”
    O Leão se foi, e chegou quando sapo estava sentado na margem, e ele tentou saltar furtivamente em cima dele. Quando ele estava prestes a pegá-lo, o Grande Sapo disse: “Ah!” e mergulhou, foi até o outro lado da piscina, e sentou-se lá. O Leão o perseguiu, mas como ele não conseguiu, ele voltou para casa. A partir desse dia, se diz, o Leão caminhou somente sobre seus pés, e também começou a se arrastar (quando espreitava e caçava), e os Corvos Brancos tornaram-se totalmente mudos desde o dia em que disseram: “Nada pode ser dito sobre esse assunto.”

Lenda retirada do seguinte site: Conti outra

Música e dança africana

 Todas as pessoas sentem a necessidade de se expressar, e muitas vezes conseguem através da música. O continente africano possui um vasto e variado leque musical, e a música africana contemporânea possui grandes influências da música popular ocidental. Gêneros como blues, salsa, jazz e rumba derivam das tradicionais músicas africanas, levadas pelos escravos em sua chegada nas Américas. 
     A música africana é vasta e sofre variações dependendo da região que foi criada. 
    Consequentemente, pela vontade de se expressar através das músicas, surgem as danças. Elas se tornaram a essência das aldeias e permitiu uma maior unidade entre os grupos, pelo fato de serem realizadas com muitas pessoas. Apesar de sofrerem variações de região para região, apresentam algumas características gerais como movimentos circulares ou em fila e a presença de vários ritmos.Os dançarinos podem utilizar tintas pelo corpo ou máscaras. Podem ser realizadas em homenagem ao plantio, a colheita, nascimento ou morte.  

Seguem abaixo algumas músicas e danças africanas:






(música africana contemporânea)





A Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, levou a cantora Shakira a compor uma música para a ocasião, e nela conseguimos observar ritmos africanos característicos e também a forte presença de variedade de cores nas vestimentas. 




Literatura africana

    A literatura africana não tem pouco tempo, pois há registros desde a época do Antigo Egito.Em grande parte do continente, a escrita começou a ser usada apenas quando as áreas foram colonizadas, contudo, os africanos ainda tinham e continuam a valorizar a literatura oral, passada de pai para filho.
  A literatura africana contemporânea não tem sido valorizada como deveria, principalmente nos países de língua portuguesa. Ela tem se traduzido para os diversos idiomas presentes no continente africano, principalmente o francês, português e inglês.
   Grande partes das obras atuais falam da vida cotidiana na África e mostram a realidade em que vivem, sendo bem diferente da realidade contada por países de outros continentes. 

Segue abaixo importantes obras da literatura africana contemporânea:







 












Conto tradicional de Moçambique

A menina que não falava 

    Certo dia, um rapaz viu uma rapariga muito bonita e apaixonou-se por ela. Como se queria casar com ela, no outro dia, foi ter com os pais da rapariga para tratar do assunto.
__ Essa nossa filha não fala. Caso consigas fazê-la falar, podes casar com ela, responderam os pais da rapariga.
  O rapaz aproximou-se da menina e começou a fazer-lhe várias perguntas, a contar coisas engraçadas, bem como a insultá-la, mas a miúda não chegou a rir e não pronunciou uma só palavra. O rapaz desistiu e foi-se embora.

  Após este rapaz, seguiram-se outros pretendentes, alguns com muita fortuna mas, ninguém conseguiu fazê-la falar.
   O último pretendente era um rapaz sujo, pobre e insignificante. Apareceu junto dos pais da rapariga dizendo que queria casar com ela, ao que os pais responderam:

__ Se já várias pessoas apresentáveis e com muito dinheiro não conseguiram fazê-la falar, tu é que vais conseguir? Nem penses nisso!

    O rapaz insistiu e pediu que o deixassem tentar a sorte. Por fim, os pais acederam.
   O rapaz pediu à rapariga para irem à sua machamba, para esta o ajudar a sachar. A machamba estava carregada de muito milho e amendoim e o rapaz começou a sachá-los.

   Depois de muito trabalho, a menina ao ver que o rapaz estava a acabar com os seus produtos, perguntou-lhe:
__ O que estás a fazer?

    O rapaz começou a rir e, por fim, disse para regressarem a casa para junto dos pais dela e acabarem de uma vez com a questão.
    Quando aí chegaram, o rapaz contou o que se tinha passado na machamba. A questão foi discutida pelos anciãos da aldeia e organizou-se um grande casamento.





Conto retirado do site : Geledes

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Relato de quem passou pela África

 Nome: Rodrigo de Souza Ayres
 Idade: 23 anos
 Estadia: 60 dias
 Cidade: Abidjan - Costa do Marfim - África Ocidental
 Motivo da Viagem: Trabalho



    Ao chegar em Vridi cidade do estado de Abidijan. Fui apresentado a comida típica, porém não tive coragem de experimentar pela consistência, aparência e o odor. Se tratava de uma carne amarelada acompanhada com uma espécie de farofa molhada, o nome dado é Maffé. As roupas usadas são chamativas e coloridas, eles usam roupas combinando umas com as outras, camisa, calça e chapéu. As mulheres usam vestidos coloridos e carregam seus filhos pequenos amarrados nas costas com um lenço e também possuem o costume de carregar latas de água ou outros objetos na cabeça sem sequer apoiar com as mãos.
   Alguns lugares, tive oportunidade de visitar, como Yamoussoukro, que fica a mais ou menos duas horas e meia de Abdijan e possui praia. O artesanato chama atenção pela beleza e perfeição das peças em madeiras, como miniaturas de animais e móveis, além de telas de pintura.
   A diversidade de classes sociais e sua proximidade é algo que marcou a viagem. Pode ser visto a qualquer momento grandes construções de luxo ao lado de casebres de madeiras. Pessoas sentadas em bons restaurantes.
    A África não me deixou saudade, mas foi uma experiência inesquecível que trago na memória.

Rodrigo de Souza Ayres